Appel à communication: Les résistances à l’esclavage en Afrique : Passé et présent

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Les résistances à l’esclavage en Afrique : Passé et présent
23-24 octobre 2023
SOAS, Université de Londres.
Organisateurs: Marie Rodet, Lotte Pelckmans, Esteban Salas, Wayne Dooling

Vingt ans se sont écoulés depuis la publication de Fighting the Slave Trade : West African
Strategies, l’important recueil d’essais édité par Sylviane Diouf (2003). Alors que
l’historiographie de la résistance en Afrique a une histoire beaucoup plus longue, avec des
publications majeures datant des années 1970, la recherche sur les résistances à l’esclavage en
Afrique depuis l’ouvrage de Diouf est restée assez dispersée, sans comparaison interrégionale.
Ce symposium a pour but de faire le point sur les recherches actuelles sur les résistances à
l’esclavage sur le continent africain, tant dans le passé que dans le présent. Nous invitons donc
des communications sur une grande variété de pratiques individuelles et collectives de
résistance à l’esclavage sous toutes ses formes dans toutes les régions d’Afrique. Par esclavage,
nous entendons les formes historiques, catégorielles et contemporaines d’extrême dépendance
et d’inégalité exercées par la violence dans les relations de travail, les systèmes sociaux et les
modes de production. Notre champ de d’étude inclut donc les différents trafics d’esclaves
historiques continentaux et côtiers, l’institution de l’esclavage tel que pratiqué sur le continent,
les héritages actuels de ces formes historiques d’esclavage sur le continent africain (par
exemple, l’esclavage par ascendance), également appelé dans certains cas post-esclavage, et
d’autres formes d’esclavage moderne telles que la servitude pour dettes, la servitude
domestique et le travail forcé sous contrat.

L’objectif du symposium est de réexplorer l’idée même de résistance à l’esclavage dans une
perspective comparative interrégionale. Les débats sur les formes collectives de résistance à
l’esclavage en Afrique semblent s’être estompés face à une focalisation sur l’action
individuelle et la résistance quotidienne. En décrivant des trajectoires d’action individualisées
particulièrement complexes au sein du ‘continuum de parenté’ (Miers & Kopytoff, 1977), la
recherche a eu tendance à perdre de vue les résistances et la nature fondamentalement
oppressive et violente de l’esclavage. Notre objectif est de mettre en lumière les relations
complexes entre l’individu et la collectivité dans leur réponse à l’institution de l’esclavage – que
ce soit en tant que système social, forme de travail ou mode de production.
Compte tenu du large éventail de formes de coercition et de dépendance qui ont englobé le
domaine de l’esclavage dans les sociétés africaines, nous sommes convaincus qu’une
perspective comparative dans les différents contextes africains, encouragera le recentrage de la
violence et de la résistance à la violence au cœur du système esclavagiste à travers les époques.
Nous cherchons à examiner comment des stratégies plus collectives, telles que les révoltes,
l’utilisation des paysages pour la défense contre les pilleurs d’esclaves, et la formation de
communautés et d’États de refuge ont interagi avec des formes plus quotidiennes et
individuelles de résistance, telles que l’auto-libération, les stratégies d’évitement et le rejet des
tâches de travail imposées, sans s’exclurent les unes des autres. Des études récentes ont mis
l’accent sur les mécanismes qui ont poussé à des changements juridiques contre la
marchandisation des êtres humains.

Il s’agit notamment des revendications passées et présentes en faveur de la liberté, de
l’abolition, de la criminalisation, des réparations et du recours aux tribunaux locaux et
internationaux, pour mettre un terme à l’esclavage sous toutes ses formes. Nous examinerons
les tensions entre les juridictions autonomes, semi-autonomes, coloniales et postcoloniales en
ce qui concerne la codification de la liberté et la manière dont les individus et les sociétés ont
façonné ces espaces de droit en y circulant et en sortant tout en résistant à l’esclavage. Ce
symposium donnera la priorité aux perspectives de ceux et celles qui ont porté et portent encore
le fardeau le plus lourd : les personnes esclavisées elles-mêmes, et leur rôle actif dans la
suppression de l’esclavagisme et la recherche de voies vers la liberté.

Quelques sujets suggérés, mais sans s’y limiter :
– Marronage
– Communautés de refuge
– L’émigration vers les zones urbaines/l’étranger
– Les systèmes de rançon et de rédemption
– Les demandes de réparation
– Abolitionisme
– Conflits juridiques
– Reconfiguration/transformation des relations sociales
– Révoltes, individuelles et collectives
– Activisme anti-esclavagiste
– Stratégies environnementales, aménagements du paysage et structures matérielles
(murs, grottes, etc.), stratégies défensives
– Religion et résistance
– La guérison comme spécialisation et source de pouvoir
– Psycho-résistance
– Cultures de mémoire sous formes orales, écrites ou matérielles incarnées
– Les expressions artistiques de la résistance
– Les systèmes d’alerte précoce par le biais de contes et de chansons d’alerte (p. ex.,
interdictions de sortir après la tombée de la nuit, etc.)

Veuillez envoyer un résumé de 300 mots et une courte biographie à mr28@soas.ac.uk,
pelckmans@hum.ku.dk, es34@soas.ac.uk, wd2@soas.ac.uk avant le 17 juillet 2023. Les
décisions seront communiquées au plus tard le 31 juillet 2023. Les résumés peuvent être
envoyés en anglais, en français ou en portugais.

Un financement pourrait être disponible pour couvrir les frais de voyage et d’hébergement pour
ceux qui ne disposent pas de leur propre financement

 

Resistência à escravidão na África: passado e presente

23 a 24 de outubro de 2023

SOAS, Universidade de Londres

Organizadores: Marie Rodet, Lotte Pelckmans, Esteban Salas, Wayne Dooling

Vinte anos se passaram desde a publicação de Fighting the Slave Trade: West African Strategies, a maior coleção de ensaios sobre o tema editada por Sylviane Diouf (2003). Embora a historiografia da resistência na África tenha uma história muito mais longa, com publicações importantes desde a década de 1970, os estudos desde o volume de Diouf permaneceram bastante dispersos, sem uma comparação regional. Este simpósio tem como objetivo fazer um balanço das correntes atuais no estudos sobre a resistência à escravidão em todo o continente africano, tanto no passado quanto no presente. Portanto, convidamos artigos sobre uma ampla variedade de práticas individuais e coletivas de resistência contra a escravidão em todas as suas formas e em todas as regiões da África. Por escravidão entendemos formas históricas, categóricas e contemporâneas de extrema dependência e desigualdade exercidas pela violência seja na forma das relações de trabalho, sistemas sociais ou modos de produção. Isso inclui os diferentes tráficos de pessoas escravizadas no continente e nas suas áreas costeiras, os diferentes tipos de escravidão praticados nas sociedades africanas e os legados atuais dessas formas históricas de escravidão na África (por exemplo, a escravidão baseada na descendência), também chamada em alguns casos de pós-escravidão e outras formas de escravidão moderna, como a escravidão por dívida, algumas formas de trabalho doméstico e o trabalho forçado.

O objetivo do simpósio é reexplorar a própria ideia e conceito de resistência à escravidão em uma perspectiva comparativa inter-regional. Os debates sobre formas individuais e coletivas de resistência à escravidão na África parecem ter diminuído diante do foco no engajamento pessoal e na resistência cotidiana. Ao retratar trajetórias individualizadas especialmente complexas de atuação dentro do “contínuo de parentesco” (Miers & Kopytoff 1977), a pesquisa tende a perder o foco na resistência e na natureza opressiva e violenta fundamental da escravidão. Nosso objetivo é destacar as complexas relações entre o individual e o coletivo em sua resposta à instituição da escravidão – seja como sistema social, forma de trabalho ou modo de produção.

Considerando a ampla gama de formas de coerção e dependências envolvendo a escravidão nas sociedades africanas, essa perspectiva comparativa entre os contextos africanos procura pôr a violência e a resistência à violência no cerne da análise sobre o sistema escravagista ao longo de diferentes períodos históricos. Nosso objetivo é examinar como estratégias mais coletivas, como revoltas, o uso da geografia para se defender de invasores escravistas e a formação de comunidades e estados de refúgio, interagiram com formas de resistência mais cotidianas e individuais, como autolibertação, deslocamento e a rejeição de obrigações trabalhistas impostas, sem serem mutuamente excludentes. Estudos recentes têm enfatizado os mecanismos que no passado e no presente têm pressionado por mudanças legais contra a mercantilização de seres humanos.

Esses mecanismos incluem demandas por liberdade, abolição, criminalização, reparações e o uso de tribunais locais e internacionais para pedir pelo fim da escravidão em todas as suas formas. Consideraremos as tensões que existiram entre jurisdições autônomas, semiautônomas, coloniais e pós-coloniais em relação à codificação da liberdade e como os indivíduos e as sociedades moldaram esses espaços de direito enquanto circulavam dentro e fora deles resistindo à escravidão. Este workshop priorizará as perspectivas daqueles que carregaram e ainda carregam o fardo mais pesado; as próprias pessoas escravizadas e seu papel ativo na busca de caminhos para a liberdade e para a supressão da escravidão.

Alguns dos tópicos sugeridos, mas não limitados a, são:

– Cimarronagem
– Comunidades de refúgio
– Emigração para áreas urbanas ou até outras jurisdições
– Resgate
– Processos de reparação
– Abolicionismo
– Processos legais
– Reconfiguração/transformação das relações sociais
– Revoltas, seja individuais, seja coletivas
– Ativismo antiescravista
– Estratégias ambientais no uso da geografia e das estruturas materiais (cavernas, etc.), estratégias defensivas
– Religião e resistência
– A medicina como especialização e fonte de poder
– Psicorresistência
– Culturas de memória orais, escritas, materiais ou corporais
– Expressões artísticas de resistência
– Sistemas de alerta como contos e canções (por exemplo, proibições de sair depois de escurecer, etc.)

 

Serão recebidos resumos de 300 palavras e uma breve biografia para mr28@soas.ac.uk, pelckmans@hum.ku.dk, es34@soas.ac.uk, wd2@soas.ac.uk até 17 de julho de 2023. As decisões serão comunicadas até 31 de julho de 2023. Os resumos podem ser enviados em inglês, francês ou português. Há bolsas parciais para apoiar a viagem e as acomodações das pessoas que não dispõem de recursos financeiros próprios.

Por favor indicar no seu email para os organizadores se você precisa do apoio.

 

 

Resistance to Slavery in Africa: Past and Present

23-24 October 2023 SOAS, University of London

Organisers: Marie Rodet, Lotte Pelckmans, Esteban Salas, Wayne Dooling

Twenty years have passed since the publication of Fighting the Slave Trade: West African Strategies, the major collection of essays edited by Sylviane Diouf (2003). While the historiography of resistance in Africa has a much longer history with major publications dating back to the 1970s, the scholarship on resistance to slavery in Africa since Diouf’s volume has remained quite dispersed with no cross-regional comparison. This symposium is to take stock of the current scholarship on resistance to slavery across the African continent, both past and present. We thus invite papers on a wide variety of individual and collective practices of resistance against slavery in all its forms in all regions of Africa. By slavery we understand historical, categorical and contemporary forms of extreme dependence and inequality exercised through violence in labour relations, social systems and modes of productions. Our purview thus includes the different historical continental and coastal slave trades, to the institution of slavery as practiced on the continent to current legacies of these historical forms of slavery on the African continent (e.g. descent-based slavery), also called in some instances post-slavery, and other forms of modern slavery such as debt bondage, domestic and indentured labour.

The aim of the symposium is to re-explore the very idea and concept of resistance to slavery in a cross-regional comparative perspective. Debates about collective forms of resistance to slavery in Africa appear to have faded in the face of a focus on individual agency and everyday resistance. By depicting especially complex individualised trajectories of agency within the ‘kinship continuum’ (Miers & Kopytoff 1977), research has tended to lose sight of resistance and the fundamental oppressive and violent nature of slavery. We aim to highlight the complex relations between the individual and the collective in their response to the institution of slavery – whether as social system, form of labour, or mode of production.

Considering the wide array of forms of coercion and dependencies that have encompassed the realm of slavery in African societies, we are convinced that a comparative perspective across African contexts, will encourage recentring violence and the resistance to violence at the heart of the slavery system across time periods. We aim to examine how more collective strategies, such as revolts, the use of the landscapes for defense against slave raiders, and the formation of refuge communities and states interacted with more daily and individual forms of resistance, such as self-liberation, displacement, and the rejection of imposed labor duties, without being exclusive from one another. Recent scholarship has emphasized the mechanisms that pushed for legal changes against the commodification of human beings. These include past and present claims for freedom, abolition, criminalisation, reparations and the use of local to international courts to stop slavery in all its forms.

We will consider the tensions between autonomous, semi-autonomous, and colonial and postcolonial jurisdictions regarding the codification of freedom and how individuals and societies have shaped these spaces of law by circulating in and out of them while resisting to slavery. This workshop will prioritize the perspectives of those who have carried and still carry with them the heaviest burden; the enslaved people themselves, and their active role in suppressing enslavement and finding ways to freedom.

Some suggested topics, but not limited to:

– Marronage
– Refuge communities
– Outmigration to urban areas/abroad
– Ransoming and redemption
– Claims to reparations
– Abolitionism
– Legal disputes
– Reconfiguration/Transformation of social relations
– Revolts, both individual and collective
– Anti-slavery activism
– Environmental strategies, landscape accommodation and material structures (walls, caves, etc), defensive strategies
– Religion and resistance
– Healing as a specialisation and source of power
– Psycho-resistance
– memory cultures in embodied oral, written or material forms
– artistic expressions of resistance
– early warning systems through warning tales and songs (e.g. prohibitions to go out after dark, etc)

Please send an abstract of 300 words plus a short bio to mr28@soas.ac.uk, pelckmans@hum.ku.dk, es34@soas.ac.uk, wd2@soas.ac.uk by 17 July 2023. Decisions will be communicated by 31 July 2023. Abstracts can be sent in English, French or Portuguese.

Some funding might be available to support travel and accommodation for those who do not dispose over their own funding.

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